23 Dezembro 2021
O arcebispo Welby disse: “Obviamente há alguns que por razões de saúde não podem se vacinar, mas isso não é sobre o indivíduo e seus direitos de escolha”.
Os arcebispos de Westminster e Canterbury pediram para que o povo se vacine com urgência, e Welby declarou que esta é uma questão moral.
A reportagem é de Ellen Teague, publicada por The Tablet, 21-12-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Como os casos da covid aumentaram antes do Natal, o cardeal católico Vincent Nichols, presidente da Conferência dos Bispos da Inglaterra e País de Gales, encorajou as pessoas a tomarem vacinas e as doses de reforço contra a covid quando oferecidas pelo NHS, sistema de saúde pública britânico.
“O chamado ‘Vacinem-se’ é cada vez mais urgente”, disse ele. “A necessidade é mais urgente, especialmente em Londres”. Ele acrescentou sua voz à do Papa Francisco, que refletiu que se vacinar é “um ato de amor”. O cardeal Nichols disse: “Aqui está a verdadeira proteção, para você e para os outros”.
Ele também estava ecoando o chamado de seu treinador favorito, o manager do Liverpool, Jürgen Klopp, ao encorajar as pessoas a tomarem vacinas e reforços da covid quando oferecidas pelo NHS. “Acrescento a minha voz a muitas outras… À voz do meu treinador de futebol favorito, Jürgen Klopp, em Londres neste fim de semana: ‘Todo o processo de vacinação é uma questão de solidariedade, lealdade e união’”. Ele acrescentou: “Há apenas uma resposta: você a dará”.
Os chefes das Igrejas Católica e Anglicana no Reino Unido apoiaram totalmente o programa de vacinação durante 2021. Como a primeira vacina foi lançada no início do ano, o cardeal Vincent recebeu a primeira dose da vacina contra a covid em 20 de janeiro.
Numa mensagem de encorajamento a todos, ele disse: “Que experiência tão boa e alegre. Eu encorajo fortemente todos a tomarem a vacina. Vamos fazer a nossa parte e apoiar os funcionários do NHS enquanto lutam para salvar tantas vidas. Por favor, continuem a orar também pelo fim desta pandemia e por todos os que perderam suas vidas”.
Questionado por Julie Etchingham, apresentadora da ITV News at Ten e parceira do The Tablet, se tomar a vacina covid era uma questão moral, o arcebispo Welby disse: “Vou pisar no gelo fino aqui e dizer sim, eu acho que é. Muita gente não vai gostar disso, mas acho que é porque não é sobre o indivíduo e seus direitos de escolha”.
“Obviamente, existem alguns que por motivos de saúde não podem ser vacinados, mas não se trata do indivíduo e seus direitos de escolha. Reduzir minhas chances de adoecer reduz minhas chances de infectar outras pessoas. É muito simples”.
“Então, é um pecado – é imoral – não ser vacinado, se você puder?”, perguntou a jornalista.
“Eu não vou entrar nisso porque eu posso ver isso voltando para mim nos próximos anos. Mas eu diria, vá e tome a dose de reforço, vacine-se. É assim que amamos o nosso próximo”.
E o que dizer dos manifestantes anti-vax? “Estou realmente intrigado com isso. Eu conheço alguns dos cientistas que estão trabalhando nisso. Eles não são pessoas más. Não é uma conspiração. Não é um enredo”.
“Eles não são pessoas ruins – eles estão em circunstâncias realmente difíceis e nos dão seus melhores conselhos. Confiem neles. Eles sabem o que estão fazendo melhor do que nós”.
Na semana passada, as Igrejas europeias pediram às pessoas para se vacinarem contra a covid-19. O cardeal Jean-Claude Hollerich, jesuíta, presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia, e o reverendo Christian Krieger, presidente da Conferência das Igrejas Reformadas Europeias, pediram responsabilidade e cuidado em meio à atual pandemia de covid-19, e encorajaram as pessoas a se vacinarem.
Em uma declaração, eles disseram: “Neste tempo de Advento, vamos manifestar o amor de Cristo, demonstrando responsabilidade e cuidado por todos”. Eles acrescentaram: “Acreditamos que a vacinação é atualmente a forma mais eficaz de combater a pandemia e salvar vidas humanas. A vacinação oferece proteção não só a nós mesmos, mas também a nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais frágeis entre nós; portanto, um ato de amor e cuidado e também de responsabilidade e justiça social”.
Eles também reiteraram seu apelo à União Europeia e seus Estados Membros “para cumprir suas promessas de compartilhamento de vacinas e intensificar os esforços globais para garantir um acesso equitativo às vacinas da covid-19 para todos, inclusive em regiões com sistemas de saúde mais fracos”.
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